sexta-feira, abril 13, 2007

só pulsão, hein

estou pedindo a minha morte de propósito e de joelhos. em cada erro que eu faço. é como uma lição de casa, um exercício pro tônus. pílulas inúteis e inofensivas de arsênico. é assim que vou pedindo a mão da morte pra dançar comigo, de rosto colado. tenho certeza que ela não liga que eu danço mal. ela me ama a desgraçada, e é uma puta, com aquele vestido preto decotado, você devia ver que peitos!
graças a deus não pego mais ônibus, é uma hora a menos pra se torturar. hoje em dia eu só penso antes de dormir (tem reparado as olheiras?). e é também quando eu menos penso. ou menos existo. eu mais nada. nem dor eu tenho mais. eu tenho só esse nada, só lastimo que ele seja imenso. meio fora de moda, mas tenho que admitir que as vezes o meu coração desiste de ser músculo, e vira mar mesmo. juro mesmo, cê devia ver ele inundando tudo. e eu fico lá sujeita a esse corpo ridículo que eu nem pedi pra nascer com os olhos bobos perguntando o que aconteceu. só vou saber no dia seguinte, manchete: inundação na avenida sumaré, subtítulo: nenhum ferido já que chave não corta. (pelo menos foi isso o que ela pensou, ainda bem hein. porque o pai disse que a história era outra). preciso de alguém pra me dizer se a vida é mesmo esse eterno esvaziar-se pra não estourar. não estourar. melhor que terapia comprar uma porção de alfinetes bem brilhantes. ou bomba de bicicleta. ou morrer todo o dia um pouquinho. antes de dormir, os seios da morte seduzindo. e o sorriso de dentes cheios. pílulas da morte do doutor xavier.

Um comentário:

aninha disse...

a morte é bisexual e você é louca