segunda-feira, maio 28, 2007

7

espero da frieza da sua boca a palavra de ordem.
navego pelos mares secos que foram essas horas,
reformulo as palavras que ficaram suspensas no ar.

os rostos,
os rostos, todos deformados:
será miopia dessas gotas d'água?

a palavra nunca.
o braço imobilizado,
ato sem fim,
semi círculo.
por essa estrada
nunca avançará.

dos grãos de tempo,
castelos de areia, pequenos contos.
compulsivamente me alimento
dessas migalhas que achei pelo chão.
se todas as fomes são infinitas:
enfim o seu não.

por tudo o que foi fácil,
não suprirá a falta:
vejo a vida com suas tetas imensas,
apagando brancos incêndios.

sob os olhos de aproximar-se
de um instante, tempo e espaço,
descubro a matéria do vazio:
eis a infinita chama.

a dureza desses passos,
marcas fundas no solo.
o tempo passa:
estamos salvos,
ainda somos.

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