quarta-feira, maio 23, 2007

concêntrico

A luz é pouca. É luz da madrugada. Os grilos me trazem esse silêncio imenso que chamam solidão. Não ligo, sou esse outro. Corpo ao vento. O redor me engole como seu, como um nós. Inventado, já que me esqueci.

Aos poucos as unhas vão se encardindo da terra que não consigo evitar, os pelos vão se coçando da grama que incomoda entre as pernas, e já nem incomoda mais. Não há luz que me chama, não há voz, nem mesmo sopro. Não há ondas que não poderia romper.

Talvez venha um cão aos meus pés, cumplicidade de olhar no mais fundo de nós dois. Ele se entrega e eu me entrego. Amor barato que prefiro. Estar só, sem vozes. Reverbera o som e o calor.

Nenhum comentário: