domingo, outubro 05, 2008

sanduiche de queijo

você com os pés tocava, as linhas imaginárias do meu corpo.
não bem sentia o que parecia óbvio, e os movimentos regulares mudavam de plano,
subia as pernas rodando, acareciava um além-joelhos.
então sua boca voltava a minha, e mais uma vez lânguida e confusa eu imagina sua boca úmida ser vulva, assim como a minha.
eu, ainda corpo distante do seu, o pressionava contra seus joelhos, e lá de cima você olhava, contente, como quem vê uma corrida de cavalos no jockey.
eu também sorria nesse outro mundo meu. o mundo todo estava a frente dos meus olhos, e em volta de mim. era noite e os vidros embassados. tinha um pouco de medo, mas medo é bom, não faz tudo ser sem preço, e assim indevidamente e total - real.
íamos uma em direção a outra, porque agora os vidros embassados eram olhos, os nossos, e o mundo ficava mais longe, virava fundo. sua mão debaixo da minha blusa tentava alcançar um silêncio (o silêncio de depois). nossas pernas convulsas eram nossas. uma a uma, outra a outra, acho que a gente se amava.

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