segunda-feira, setembro 20, 2010

carne

é na carne que cresce.
como flores carnudas cheias de cheiro
a vontade; com o gosto acre da cerveja
a poesia; com as palavras tortas
as cartas nunca enviadas;
e o gosto torpe da língua.
é na mansidão da carne que prospera.
o movimento como música
talvez sexo; o gesto sutil ou escancarado projeto
ou política; o amor como idéia ou como tempo,
subjeto.
é no corpo e na carne.
olhar, resto do passado
ou memória; vislumbre do futuro,
ou destino;
é na carne.
que o tempo cessa,
que tudo se encontra,
acaba e recomeça.
é na carne, corpo, olhar.
que o presente acontece,
vida imensa:

Nenhum comentário: