sábado, setembro 18, 2010

si

ela não me diz nada,
e dança.
olha como-que para um futuro
que não me cabe entrever.
às vezes lança o quadril em minha direção
ou um dos olhos
cubismo próprio do charme.

quando nos beijamos
a minha boca permanece na dela,
mas meus olhos se afastam.
se assustam.
sentem a altura inverossímel desse silêncio.

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