domingo, abril 23, 2006

neurose, como se lírico

se eu fumasse
se eu cheirasse
se eu beijasse
se junto de mim tivesse outro

vazio, sujo e calado

e a noite, imensa.

alguém que do meu lado entendesse
que todas essas sensações que não tem nome,
só falam coisas pelo silêncio.

se alguém chorasse - as minhas lagrimas entupidas
se alguém gritasse - meus palavrões suprimidos
(se alguém dançasse - a valsa vienense)

os cigarros fumados com o cheiro da bebida barata a música o escuro a estética o surdo o surto se pra mim esse carinho fosse o transe uma transa que a guitarra fazendo carinho o escuro ia me ninar me pegar no colo a sujeira, ia ser uma quase morte.
a morte, essa noite sem carinho, ia me consolar.
essa dor, já não fica mais no peito, minha dor, meu vazio, reflete nas poças d'gua, reflete na distancia das pessoas que eu não conheço.

já não seriamos solitários neuróticos vazios filosóficos, não seriamos nada, a dor seria dos outros, eles, ao longe veriam, dois espectros,

ia ser o lirismo.

Um comentário:

aninha disse...

tem umas pessoas que realmente sabem como inflar egos alheios