sexta-feira, maio 26, 2006

vala comum

Não podia ver a cena completamente, ao menos, não com os olhos. Sentia na nuca, e com a ajuda do espelho, para imaginar como as silhuetas sugerem. Não era bem assim, pois suas imagens eram como as de cego, mas o recorte da boca feminina contra a palidez quase romântica seriam inevitáveis. Mas as mãos sentiam algo ligeiramente antagônico, a linha do queixo, a pele.. o ombro? Com certeza não era claro, mas ainda assim.. mais atraente. Era preciso muita segurança. Aos poucos, no escuro era mais claro, roçava, a barba? sim: uma barba na outra. Roçava, transcendendo os lábios, uma promoção para seu cargo. E depois era tudo quase doído, um tesão de violência, de se apertar, e gemer, e lamber, nesse meio fio.. Eram equilibristas, de um lado um abismo de dor, e do outro, prazer.
Uma corda bamba inata, mas sem arrependimentos.

Um comentário:

Anônimo disse...

homosauna