sexta-feira, setembro 08, 2006

meu

quarta feira de cinzas acordou com o dia entrando pelas vértebras. sutiã perdido, carteira perdida, e algo mais. olhou para o espelho despenteada, nua. apreciava esses momentos da manhã que a luz batia em suas curvas. uma mulher tem sempre suas dores. passou a mão por sua brancura, segurou os seios no ar, num deles com tinta indelével havia escrito no dia anterior - idiota - cada vez mais idiota.
entrou no banho e os pingos a batucaram o chão, essas horas são como tambores africanos, tum, tum, hipnóticos. azulejos brancos, a luz da manhã. - sabe, todo mundo sempre acha uma porrada de gente idiota, mas quase ninguém se acha idiota, menos quando tá com depressão. cadê esses caras então? vai ver sou eu, seguindo a teoria das probabilidades é bem possível. - mas não, sabia que não era idiota, dessa vez não com toda a certeza, mas 3/4 dela garantida. foi imbecil, isso é claro, mas nada definitivo.

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