sábado, outubro 21, 2006

lapela

Chamo-te pra dançar, assim como quem não quer nada, quanto menos ao que diz respeito. Dar-te a mão como quem sabe segredos, intimidades do tempo. Travessia dessa tua sensibilidade, não saberás assim de mim, ao menos que seja dado. Mais uma, outra, tentativa rota, de que sendo eu a conduzir essa velha dança, não te percas no tempo. Não sendo eu outro vestido, tendo-te por parentesco ninguém mais do que as traças do úmido armário ainda seco, como teu sexo, mortalha de nós.
Mas giraríamos, e talvez nesse lusco-fusco, permitiria-se ser menos tu do que usual, entregaria-me mão, e seio, e virtude, como as flores que faço girar e girar. E por último, desespero cândido, tontura da sede que te provoco, daria-me tua liberdade, o mais belo, para que possa devolvê-la enfim intacta.

2 comentários:

Anônimo disse...

"daria-me tua liberdade, o mais belo, para que possa devolvê-la enfim intacta"

gahhhhh

Anônimo disse...

peixe... tem algo de amargo em mim.

te amo.