nasço no escuro todo dia.
nesse difícil parto da manhã
perco dentes
perco braços.
desprendo-me desse corpo usado
como quem acorda todas manhãs.
ando nu pela cidade
meus dedos estão enrugados
dos banhos tomados a noite.
mãos agarram meus calcanhares solitários.
não os conheço
e eles chamam meu nome.
não chamam meu nome.
chamam o nome.
o chamam e por se dirigirem a mim tomo-o como meu.
não tenho nome.
todas as manhãs nasço no escuro.
ando pela cidade com o vento.
meu corpo todo se inflama.
há dores e há perdas.
não há nome.
chamam-no
conclamam-no
durante o dia.
eu
sem a minha companhia
me desfaço.
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Um comentário:
e me despeço.
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