o gosto azedo na boca e amarelo de quando não se vê alegria.
nem se cheira.
a garganta seca com os olhos intrincados.
uma visão de seca em solo urbano.
rachaduras na terra desse seu asfalto.
a cidade morena alta,
a cidade bem pálida,
doente, distante, sem ar.
a cidade extra,
extraterrena terrestre.
os olhos da cidade por cima dos meus ombros,
olhando sempre além.
ô moça, pra onde você olha?
no que você pensa quando com essas pesadas gotas me molha?
com que humor transparece nessa chuva.
cidade de moça feia,
mal feita das pernas e dos jeitos.
moças dos olhares distantes,
de fome apenas na pressa.
de moças do olhar brilhante,
de festa e de fim.
moça e cidade de fim de festa,
nessa madrugada de lama,
na rua,
chutando pedras.
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