terça-feira, setembro 15, 2009

moças

o gosto azedo na boca e amarelo de quando não se vê alegria.
nem se cheira.
a garganta seca com os olhos intrincados.
uma visão de seca em solo urbano.
rachaduras na terra desse seu asfalto.

a cidade morena alta,
a cidade bem pálida,
doente, distante, sem ar.

a cidade extra,
extraterrena terrestre.

os olhos da cidade por cima dos meus ombros,
olhando sempre além.

ô moça, pra onde você olha?
no que você pensa quando com essas pesadas gotas me molha?
com que humor transparece nessa chuva.

cidade de moça feia,
mal feita das pernas e dos jeitos.
moças dos olhares distantes,
de fome apenas na pressa.
de moças do olhar brilhante,
de festa e de fim.

moça e cidade de fim de festa,
nessa madrugada de lama,
na rua,
chutando pedras.

Nenhum comentário: