via, pois sim,
mas bem mais do cinza de quem sequer vê.
era ele ali quem cumprimentava,
chamava os nomes bons da parentada,
todos mortos e em fileiras,
prontos pro assovio e sua hora.
depois era a menina quem passava,
também dizia a benção,
politicando os caminhos de pedra cascalho areia pó e preguiça.
nas varandas esperavam o dia,
pois as cores do céu anunciavam,
naquele tempo,
o futuro - instância ainda cru do porvir.
o pó também participava da brincadeira do tempo,
agasalhando os móveis
e dando o que fazer ao tédio das mulheres amareladas.
ninguém ali tinha fome,
porque um dia todos combinaram de esquecer
e hoje vivem de esquecimento.
a vila obliviada subsiste do seu comércio,
trânsito incoberto de viver recordações.
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Um comentário:
ai, ana-verde. m'emocionei. poevida da poesia isso aí.
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