quinta-feira, setembro 30, 2010

cheio de inferno e céu

Quando uma mulher sente a solidão
e é como adensar-se numa floresta de céu leitoso.
Quando uma mulher deitada na cama ouve o ruído da mata,
ou ainda mais denso, seu silêncio.
Quando uma mulher olha para o céu do seu quarto
e sorri sem motivo e sem temer.
Quando uma mulher ouve música e é como se fosse acariciada
pelas ondas maiores dos acordes menores.
Quando uma mulher sente a cidade do lado de fora da sua parede
batendo seu nome como o mar.
Quando uma mulher não pensa mais em ninguém.
Quando a mulher não é flor, perfeita intuição dos outros,
mas mata, esparsa, selvagem, melódica.
Quando uma mulher é toda escuridão,
e seu toque não é luz.
Quando uma mulher é você.
Quando uma mulher sou eu.

Um comentário:

Anônimo disse...

lindo