sexta-feira, agosto 18, 2006

batata

acordou com a mão dentro da calça, com a outra procurou o cigarro. adorava acordar canalhinha com sua jeans surrada,
tragava o fumo, e olhava o quadradro branco da janela,
qualquer um acreditaria ver james dean.
a menina ainda dormia, pesado e sem a menor elegância.
olhando a figura opaca através da fumaça pensava
"há dois tipos de garota,
as que perdem a graça quando dormem,
e as outras."
somos todos grandes filósofos.,
principalmente pela manhã.
mas não importava,
ele nunca se relacionava com garotas,
ele simplesmente duelava com seus próprios conflitos,
a frieza, as prisões, as distâncias,
antes de tudo o amor,
eram uma forma de garantir a maldição.
antes que ela acordasse partiu para rua,
seu jeans, seus olhos, o chão, a fumaça, o café,
manifestações da massa putrefata.
sua juventude tinha vida útil,
do último café até a próxima úlcera.
perdido em pensamentos niilistas e ordinários,
como bem desejava sua poesia maldita,
fechou sua braguilha aberta.

2 comentários:

Anônimo disse...

Dean Moriarty.
(let)

Ana Carolina disse...

things kinda suck right now.