quinta-feira, maio 31, 2007

total

a vida que me apresenta de pés descalços e me chama pra dançar. recuso, pois já não sei. nem sei mais meu nome. a verdade é que tenho medo. a verdade é que a verdade não é fome, nem sono, nem medo, nem desejo. é qualquer outra coisa. de pés descalços. a verdade é que eu quero fugir. será verdade que eu vou. será partir uma grande e ciumenta ilusão da vida que te reparte em dois e come teu fígado como se ainda fosse dia? é. eu tenho fome dessa vida. descalça, mansa, e inteira. me diz o tempo todo que está lá à minha espera. ignoro sabe? finjo que não. finjo que está tudo calçado com sapatos pretos de ir deitar calçado (acho que era drummond que falava assim da morte). meu amor. a vida é pra virar as páginas do coração, mas é sozinho. sempre sozinho. sempre úlcera. e te amo tanto quanto pode-se amar no mar. quero ir pra praia. e um dia quero que uma das suas páginas seja virar peixe comigo. a vida é bonito já diziam. e é mesmo. mas só descalça.

2 comentários:

Julia disse...

e todos os cravos me cravam nessa frieza de ser só peixe de vez em quando.

Anônimo disse...

me imaginei num caixão...
num desses enterros de filme.... vulnerável demais