a areia coçava um pouco as pernas,
a tarde descia sem estardalhaço.
não tinha ninguém na praia e era preciso fazer esse esforço quieto para alcançar o barco.
era uma canoa vermelha e branca que balançava na marola.
quem visse assim,
sem prestar muita atenção,
pensaria nas ondas se destruindo em pedras.
na pedra virando areia.
na areia da praia.
pra não dizer as palavras que doem na boca,
explodindo com a mesma força que o barco contra as pedras.
mas ali ninguém pensava nada,
e eu ia coberta de alguma espécie de segurança
inventada na simplicidade daquela embarcação.
quando eu me sentei tremi um pouco,
a canoa quase virou.
mas fui seguindo num remo de confiança.
quando eu vi era mar aberto.
o sol ponteando,
vento suave.
o vermelho da canoa sorria.
e eu pude seguir sem receio.
apesar de todos os medos
seguíamos seguras,
eu e a canoinha.
ser ínfimo fazia rimar,
as ondas vinham e iam embora.
sabíamos nosso real tamanho
em relação ao céu e o mar.
5 comentários:
que muito bonito.
pessoal, vamo começar a se identificar por aqui?
hahahahahahahaha
juro que não fui eu!
aí perde a graça...
malandragi.
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