quinta-feira, abril 22, 2010

amanhecer

a pele dela machucada,
como um céu
ou a chuva
de infinitos,
ínfimos pingos.

a testa
estandarte da cabeça.
as estrelas,
espinhas, suspiros.
sussurros.

a noite assoprava segredos para ela.
noite quente
e cheia de cores.
as mãos se tocavam
- delicadamente.

se pensava
tornava a sentir.
e tudo recomeçava.
sentia o peito se desprender do corpo
empreender um vôo leve,
e por isso mesmo
breve.

via fluída a alma passeando
em estágio de desacordo,
tranquilo extase.
no dia seguinte acordava
e tudo entrava em acordo.

de noite tudo é sombra e há mil luzes.
de dia o sol faz uma única sombra.

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