domingo, abril 25, 2010

a banda

era assim que começava. o olhar dele interminável esperando... algo como o segundo ato. dentro dos olhos dele vagavam minúsculas, líquidas, brilhantes. saudosismos elegantes. ele abria e fechava a palma das mãos, fitando os veios escuros, os caminhos do hábito. pondo a palma sob a bochecha direita sentia calor e suor. se apertasse contra o olho começava a ouvir as batidas. no ínicio bem longínquas, e então se aproximando, como num tropel, como numa canção. fechava os olhos e no dia que fazia a terra seca, os homens da banda vestidos com ternos azuis de terceira linha, suados, morenos, perseverantes. na frente os metais. e no fundo, bem atrás, o bumbo. tocado por um homem gordo e desajeitado, que suava mais do que todos.

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