por mais que insistam os medíocres poetas,
como eu,
a tristeza não é azul, nem amarga, nem bolor.
talvez seja,
na melhor das hipóteses,
um gosto salgado em baixo da língua.
hoje quando conversamos
nada foi poético,
marítimo, circular.
os olhos da música e da literatura
viram nas mãos só os dedos vazios,
se mexendo vãos.
não viram rios no nosso olhar,
mas lágrimas secas por culpa do calor.
nem o ritmo doce das palavras
achou motivo em nos ver brigando.
é inútil brigar
disse a voz segura daquele que ampara e escreve.
Entretanto o afeto não precisou das cores e nomes da literatura.
Te viu partir e te acompanhou com o olhar e com o peso.
Foi o abraço rente que eu não soube dar.
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