sexta-feira, julho 31, 2009

amargor

eu conversava com ela num último impulso sem razão, com a longínqua esperança que as minhas certezas bastariam. mesmo sabendo que para aqueles frios olhos verdes não há nenhuma certeza exceto as que lhe pertencem. eu quis alcançar seu braço como forma de coragem que tenho dentro de mim de bancar achar as coisas que acho, e por isso saber que dói igual enfrentar ou fugir. nesse sentido sabia ser mais fria do que ela, que afastava-se do quente dos seus olhos castanhos fugindo a esses embates semi-abertos. ela disse não se importar mais, e eu não esperava que ela tivesse coragem de mentir pra mim. das coisas que falei e que fiz o seu equívoco, da inabilidade de ver as coisas por outros parâmetros, talvez por medo de machucar sua extrema sensibilidade.
acho que agora encontro por fim as palavras, encontro por fim o carinho, e tento reencontra-la. pois sei da sua frieza a ternura. reconheço do seu olhar imóvel e intransponível o desespero. e estendo meus olhos a sua vista não por um passado, pois não sou uma pessoa de passados. estendo meus ohos pois no momento e no espaço há razões que me secundam. pois tenho veias cheias de sangue, e elas sabem o seu nome.

Um comentário:

Luciana Ponce disse...

eu gosto mais ainda de te ler quando sei sentir do que se trata.