quinta-feira, julho 02, 2009

saudades

A cidade de areia contruída aos meus pés cheia de uma espécie de vida constante da água e da fome. Isso visto assim nas coxas morenas passando nas ruas, bicicletas magrinhas, restaurantes e comentários. Visto inclusive na lua que a tudo olha e julga muda.
A cidade com o moroso movimentar das coisas vivas e antigas, e você em outras pairagens. Pensei assim de repente em quanta cidade-todas sem você, todas vivas, a se movimentar.
E o movimento me pareceu vão.
E lembrei de qualquer cidade.

Assim senti uma mão cheia de gentiliza a tocar esse velho peito.
Me disse umas coisas mansas.
Me disse umas coisas boas.
Era você que vinha de outros tempos enquanto eu balbuciava uma língua nunca antes falada.
(Era o seu nome, cheio de vírgulas, que assim ousava pronunciar).

O dia então veio e me trouxe inteira.
Na mão e no olhar.
Eu ainda não te encontrando perdia-me nesse peito doido,
mas não importava.

O tempo
há de passar.

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